<p style="text-align: justify;">A concentração do serviço de atendimento ao cidadão pelo canal 190 da Polícia Militar em Ribeirão Preto, que transforma o sistema numa espécie de “call center”, motivou requerimento do deputado estadual e presidente do PT-SP, Edinho Silva, à Secretaria da Segurança Pública. O requerimento baseia-se em notícias da imprensa dando conta do crescente número de reclamações da população após a mudança, ocorrida no final do ano passado.<br />No requerimento, Edinho indaga o motivo da centralização do canal 190 da PM em Ribeirão Preto e se o mesmo procedimento vem sendo adotado em outras regiões do estado. Também pergunta qual a localização das centrais de atendimento, quais os municípios abrangidos por unidade e qual o número de pessoas atendidas em cada uma delas.<br />O deputado também pergunta se existe medição do padrão de eficiência desses atendimentos e como seria feito esse monitoramento. Em caso negativo, questiona se há planos de implantação de um programa de controle de qualidade.<br />No total, o requerimento possui oito itens a serem respondidos pelo secretário Fernando Grella. Edinho também questiona, por exemplo, o tempo médio de atendimento entre o primeiro contato do autor da chamada e a efetiva realização da diligência pela Polícia Militar nas cidades da região.<br />Também pergunta a porcentagem de ocorrências de fato atendidas via 190 e qual o percentual delas em que houve sucesso das ações policiais, evitando o cometimento de crimes ou capturando suspeitos e criminosos.<br /><br />JUSTIFICATIVA<br /><br />O deputado afirma que a centralização do canal 190 em Ribeirão Preto foi adotada com o argumento de modernizar o sistema e tornar mais rápido o atendimento à população. “Em que pese o argumento de que tal expediente iria auxiliar a modernizar o atendimento da polícia militar, dando-lhe mais efetividade, na prática tal objetivo nem de longe se concretizou: o que se observa é que a medida apresenta diversos efeitos colaterais, sendo o principal deles a demora na tomada de atitudes ostensivas numa situação de urgência”, ressalta.<br /> <br />Edinho acrescenta que depois da alteração, há inúmeros registros de atendimentos nos quais o cidadão, muitas vezes em situação de perigo ou urgência, é simplesmente barrado em uma burocracia que acaba demorando dez ou quinze minutos para deliberar sobre uma atitude cabível. Segundo o deputado, isso ocorre pelo fato de os policiais do 190 centralizado em Ribeirão não conhecerem as cidades da região, o que dificulta a localização das ocorrências e pontos de referência.<br />“Não se pode aceitar que o cidadão amargue longamente na espera ao telefone, presenciando, por exemplo, o furto de sua residência ou o roubo cometido contra um transeunte, quando, na verdade, a central foi desenhada para o atendimento de urgência, de prontidão, apto a realizar um policiamento ostensivo e eficaz que não se mostre intempestivo diante da necessidade das pessoas”, salienta Edinho.<br />Para ele, manter a central de atendimento a dezenas ou centenas de quilômetros do local da ocorrência tem se mostrado improdutivo e acaba por descumprir algumas das funções institucionais da polícia, como a de ser uma referência de autoridade próxima dos cidadãos e a de promover a segurança, por meio de sua atuação ostensiva, da maneira mais efetiva possível.<br />“Aliás, tal efetividade não decorre apenas da necessidade objetiva das políticas de segurança pública, mas, também, de um princípio basilar da administração pública, que é o da eficiência administrativa, expresso em nossa Constituição Federal. Essa é uma situação de extrema gravidade que não apenas precisa ser esclarecida pelo governo do estado como corrigida urgentemente”, conclui Edinho.</p>